Sunday, May 10, 2015

Origem do Nome de Família Macedo no Brasil




Introdução

1848, vila de Vassouras, província do Rio de Janeiro 

 Madrugada ainda. Os escravos de Pedro Correa e Castro ouvem atentamente as últimas instruções de Laura -- ninguém havia dormido bem naquela noite, mas ninguém se queixava, nem mesmo os escravos, há muitos dias sem saber o que fosse descanso. Laura volta a recomendar, não descuidem um só detalhe: que haja sempre flores nas jarras, que não faltem frutas e água fresca nos quartos do hóspedes e as toalhas sejam sempre trocadas, assim que usadas. Examina cada recanto do salão; tudo está como deveria estar. Mesmo assim ordena que arrumem tudo mais uma vez. 

Convencida finalmente de que não há mais nada a fazer, dispensa a todos. Mas que fiquem atentos ao aviso de que o cortejo se aproxima. Então se ponham perfilados dianta da casa, muito limpos e bem arranjados. Quando S.Majestade cruzar o portão, ajoelhem-se e assim permaneçam, até receber sua bênção. Depois, voltem logo as serviço, sem conversas ou comentários. 

Laura vai à cozinha. Cozinheiras e negrinhas vigiam o enorme fogão, assam bolos e pães, depenam frangos, batem ovos e esmagam cabeças de alho; na copa, moleques lustram mais uma vez a prataria. 

Tendo aprovado o que viu, sobe a escada do palacete à procura de Pedro.

O texto acima foi extraído do livro "Barões e Escravos do Café", autoria de Sonia Sant'Anna.  

Abaixo uma sinopse do livro.
Barões e Escravos do Café, novela histórica, engloba 124 anos da história do Vale do Paraíba, desde a construção do Caminho Novo que levava às minas de ouro, passando pelas primeiras tentativas de colonização e culminando com o apogeu e decadênica dos barões do café.  É também a história da vida cruel nas senzalas, do tráfico negreiro e da campnha abolicionista.
Mariana das Neves, personagem real que, com seus descendentes, conduz a trama, ouve de uma cigana que a fortuna e a amizade de reis estão em seu futuro.  Seus filhos e netos, enriquecidos pelo café, passam a fazer parte da nobreza e recebem a visita do Imperador Pedro II.  Mas a ruína espreita; o tráfico negreiro foi finalmente abolido, o solo se esgota e, pouco a pouco, as luxuosas fazendas são abandonadas e caem em ruínas.
Pelas páginas do romance passam diversos personagens da nossa História: Tiradentes, o delator Silvério dos Reis e seu sogro -- vizinho e compadre da família de Mariana das Neves --, o duque de Caxias, os abolicionistas Joaquim Nabuco e Luis Gama, Manoel Congo, escravo que liderou um levante.  E personagens igualmente reais, mas desconhecidos da História, como a escrava Laura companheira de um poderoso barão, ou a criada índia, segundo os documentos "domesticada e criada" em casa de Mariana.
Paralelamente à trama principal, são tratados episódios como a vinda da Corte portuguesa para o Brasil, a Independência e a abdicação, a Regência, a Guerra do Paraguai e o 13 de maio.
Baseado em pesquisas históricas e genealógicas e em documentos conservados nos arquivos da cidade de Vassouras ou em poder ds famílias citadas, o livro inclui ilustrações a bico de pena que retratam os costumes da época e os cenários em que se movimentam os personagens.  Para os não familiarizados com a História, a cada menção a episódios e personagens menos conhecidos do público, boxes paralelos formecem explicações que sitaum o leitor.  Ao final, uma bibliografia serve de guia àqueles que, motivados pelo romance, queiram se aprofundar no assunto.